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20 de fevereiro de 2013

Numa praça qualquer, ventos iguais.


Já perdi as contas de quantas vezes eu pensei em ir desistindo das coisas aos poucos, de ir me desfazendo daquilo que me atrapalhava e me fazia mal só que, parei pra pensar hoje depois de uma longa caminhada, cada passo meu eu procurava selecionar aquilo que me atrasava e fazia com que a porta da minha felicidade fosse ficando cada vez mais para trás. Selecionei um pouco de todas e juntei-as para que então fosse tentando durante esse ano todo passar por cima disso. No final das contas a lista ficou enorme, e acredito que meses não seja o bastante para acabar e ser feliz no final das contas. Havia cansado dessa idéia de promessas, ando cheia de gente falsa e forçada, ando enjoada dessa alegria a toa que não me persegue mais, cansada de ver as mesmas caras, ouvir as mesmas conversas, preciso me livrar disso tudo que me enoja e trazer o que me trás um enorme sorriso no rosto de volta e pra perto de mim. Ando precisando de um amigo, de um abraço sem pedidos, de ser chamada pra sair durante a noite, de correr na praça enquanto eu dou risada dos meus próprios tombos, pelo menos naquele momento a ficha cai de que fora de casa eu sou mais feliz e longe do meu espaço ou da minha bola, sou capaz de ser aquilo que um dia eu mais pedi, ser eu mesma. 

Preciso sair um pouco, ver caras e sorrisos novos, preciso ver gente de mão dada pra me inspirar, ver beijos entre jovens ou senhores trocando caricias em publico, por que eles sim não têm vergonha de serem o que são, de terem e sentirem o amor que tendem a ter um pro outro, são sinceros sim, mas como eu poderia ter certeza de que um dia vou chegar a ser assim? Que um dia vou ter meu velho do lado, com as mãos enrugadas e a nossa aliança de quando éramos novos ainda envolvidos pelos nossos dedos, poderia olhar pra ele e sorrir, morreria se possível com 100 anos, mas não sozinha e sim com meu parceiro de batalhas conquistadas. No final do dia eu saberia que, com aquele velho chato que fiquei junto por todos esses anos, ele soube me compreender e me deu total confiança, aceitou aquilo que eu tinha de mais precioso, tirei do meu peito e dei pra ele mais anos de vida se possível, acho que meu coração não pertence mais a mim já faz um bom tempo e eu nem percebi. 

Faz tempo que eu ando precisando sair de casa com os braços cheios de livros, com a boca cheia de palavras e trechos de assuntos que eu havia guardado e anotados pra mim mesmo na esperança de sentar num banco e conversar com um desconhecido qualquer. Acredito hoje, agora, que o caminho mais longo dessa estrada toda seja voltar pra casa e compreender, olhar no próprio espelho e ver que eu não me arrumei à toa, que as pessoas me olharam meio tortas mais falaram bem de mim por trás, o caminho mais longo disso tudo, é voltar pra casa e ver que, eu tive um ótimo dia, e que quantas vezes eu querer sair por aquela porta, eu vou ter essa mesma impressão, de que eu tive anos lá fora e segundos dentro do meu quarto, por que o mundo não para, e se caso se permitir falhar ou deixar por um segundo qualquer de ser feliz ou ser quem você um dia sonhou, você não vai ter histórias para sonhar quando repousar a cabeça no travesseiro, ou quando estiver lá fora, nas ruas de verão, não terá história algum pra compartilhar com quem você mais deseja..consigo mesma.

Um comentário:

  1. As vezes também sinto essa vontade loouca de sair e ver gente nova, fazer novas amizades, adorei o texto!

    Beijos mulher antenadíssima ♥♥♥♥

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