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2 de setembro de 2013

Há alguns anos atrás.




Hoje parei para lembrar da oitava série, lembra? Colégio, você, eu, distancia. Nunca fui muito boa em matemática, mas você era perfeito nisso, embora a maioria sempre ficasse te xingando, algo que até hoje eu não entendo o real motivo, você nunca fui tímido em compensação a mim? Demorei um tempo para tomar coragem e puxar minha carteira para perto da sua, lembra como foi? Você ria da minha timidez, ria quando lembrava dos garotos errados que eu gostei e que hoje eram apenas conhecidos para mim, quantas vezes ficamos falando que fui burra em me deixar cair nas garras de um garoto como aquele? Como você. Lembra daquela menina ruiva? Que fez com que nos uníssemos e aprendêssemos a fazer planos para quando acabasse o colegial, mas não foram planos em vão? Nós iremos descobrir.

Para mim você sempre foi uma criança, com roupas simples, desengonçado, pirralho. Lembro quando vi suas fotos no Orkut pela primeira vez, suas poses, seu sorriso, seus olhos, vendo agora em 2013 você esta tão diferente, talvez bonito seja a palavra certa? Você não usava óculos, mal sabia pentear os cabelos, parecia odiar a idéia de ter que se arrumar para sair e encontrar as pessoas na rua. Sempre mexendo em seu celular, ouvindo música, pelos cantos. Incrível como as coisas mudam, inclusive você, tão desprovido de curvas, mas me fez passar das barreiras em minutos e seguir um caminho imaginário, o caminho que meu coração conhecia muito bem, mas eu não aceitava muito bem.

Sabe quando você começa a ter insônias? Perde o sono e sente aquela cócega na barriga? Aquele sopro estranho que te faz imaginar e procurar respostas: Deus, o que esta havendo? A resposta para isso? É amor. Ao menos essa foi à primeira resposta que me veio na cabeça, meus colegas dizem ser isso, não poderia ser qualquer outra coisa? Por que você?

Desculpa mas sei o quanto é difícil para você a idéia de me ver diferente, como sempre te digo, nos filmes ou nos livros de romance que costumo ver/ler é tudo tão mais simples. A maneira com que as garotas se declaram, observam os garotos, e faz tudo dar certo. Desculpa! Comigo não é assim, e acho que com a gente? Hm, não será assim, mas quer saber? Pouco me importo com isso e meu coração principalmente? Pouco se importa também. Deixa como esta que esta ótimo, ou não.

Hoje, agora, de uns tempos para cá, passei a olhar nossas mensagens registradas no celular, vejo o quanto você mudou, como a gente cresceu, e que tudo faz sentido, sempre fez. Deixei marcadas nossas conversas para ter certeza de que ao menos ali estava dando certo. Me sinto idiota de não ter lido antes e vistos as diversas pistas que você me deixou, me deu. Me sinto idiota por ter me declarado para você, por ter sido um livro tão aberto e ter trazido os fantasmas do meu passado assombrar o meu presente, nosso presente.

Espero que independente se estivermos juntos ou não daqui algumas semanas, meses ou anos, quero que você se lembre de mim, escute aquela música e aquele trecho chame a sua atenção a ponto de se lembrar de mim e fale: Acho que vou ligar para aquela garota. E note que a única que realmente se importa com tudo ao seu redor, sou eu. Só espero que não perceba que sempre estive tão ligada a você tarde demais, e que não fique na minha quando eu já estiver..bem distante, como lá na oitava série.

Com medo ou não..te observava em silêncio.

Um comentário:

  1. O texto está lindo. Faz com que reflitamos sobre deixar de lado essas chances, mas o que mais me marcou foi essa frase "Me sinto idiota por ter me declarado para você, por ter sido um livro tão aberto e ter trazido os fantasmas do meu passado assombrar o meu presente", quantas vezes não fazemos isso? Mario Quintana até escreveu uma frase em que diz "nós vivemos a temer o futuro, mas é o passado que nos atropela e mata" Isso é muito marcante.

    http://florescerepalavrear.blogspot.com.br/

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