Tem chovido bastante por aqui. O céu tem estado mais nublado
do que o normal, e durante a noite, está um pouco mais frio do que nos dias
anteriores. Talvez não faça sentido essa descrição para você, mais para mim
faz. De uns tempos atrás eu estava exatamente como este céu, apagado, nublado,
chovendo mais do que o normal. Logo depois que você resolveu ir embora e apagar
toda a história que construímos juntos, eu me esforcei para me tornar alguém
melhor para que nunca mais houvesse partidas. Não sou boa com despedidas, mais
todas as noites ao deitar no meu colchão, me lembro de como foi ruim te ver
virar as costas para mim, diferente das outras vezes, sem me abraçar ou até
mesmo me beijar.
Hoje, após quase seis meses sem estarmos juntos, não posso
negar que sinto a sua falta. Que muitas vezes eu sai na rua na esperança de te
ver e você me abraçar como se nada tivesse acontecido. Mais infelizmente eu sei
que isso não irá acontecer.
Estou escrevendo isso, não por que sinto a sua falta, nem
mesmo por que você me serviu de inspiração. Mais é pelo simples fato de me
lembrar todos os dias – infelizmente – da sua despedida. E também por me
lembrar depois de tudo, que eu ainda posso ser feliz, que eu ainda posso
sorrir. E que certas despedidas, não são tão ruins quanto imaginamos. É difícil
no começo? É claro que sim. No fundo achamos que essa dor do termino de um
relacionamento, talvez não vá se cessar. Mais ela cessa, a ferida cicatriza, às
vezes a cicatriz lateja, pulsa, dá saudade, dá arrependimento de talvez ter
feito algo diferente, mais do que me adianta lamentar agora que você já se foi?
Muita gente me olha na rua e com certeza lembra-se de nós
dois, por que éramos NÓS! Hoje, sou eu, e hoje você é simplesmente você. Não há
mais NÓS quando definem a gente. Só a lembranças de nós dois juntos, talvez
rindo feitos loucos no meio da rua. Das nossas brigas constantes, choros, discussões,
xingamentos desnecessário ou dos momentos em que estávamos simplesmente bem, um
com o outro.
Se me perguntarem sobre você, se tenho te visto, a resposta
vai ser não. Não posso negar que te acompanho às vezes nas redes sociais, nem
mesmo que te acho o mesmo cara lindo que me apaixonei há dois anos e meio
atrás. Não posso esconder a falta de ter dias longos durante a semana, e aos
sábados torcer para que as horas passassem bem devagar, para que eu pudesse te
ter mais tempo comigo. Ou de quando a gente brigava se resolvia, e sorria um
para o outro. Talvez no fundo julgando-se idiota por permitir-se amar alguém
tão difícil.
Ultimamente meus dias tem sido bons. Não lembro tanto da
gente quanto costumava lembrar após a sua despedida. Tento focar meus
pensamentos em outras coisas, e quem sabe, focar na idéia de amar alguém que
goste de vindas, e não idas. E que também não suporte a idéia de me ver partir,
sem me despedir, exatamente como você fez.
Não sei como você está. Possivelmente tentando provar para o
mundo o quanto você está bem consigo mesmo. Talvez procurando aquilo que eu
tinha, em outras amizades. Adoraria que sentisse a minha falta, não ao ponto de
vir até mim e se desculpar por tudo. E acredite aquilo que tínhamos um com o
outro, essa ligação que nos uniu por tanto tempo, e que hoje se rompeu, é raro.
Não te culpo, somos ambos culpados, mais é uma pena ver que poderia ter sido um
amor tão bonito, talvez não tão duradouro, mais um amor exemplo para outros que
quisessem se apaixonar um dia.
Só tenho a agradecer a você, por tudo. Desde o nosso começo
até o fim dos dias! Obrigada por me fazer amadurecer e ver as coisas diferentes
de como são. Por me provar que não é necessário ser amada para viver, e ser
feliz de novo. Por me mostrar que eu posso sofrer mais eu vou me erguer e mais
para frente entender que tudo serve de aprendizado. Talvez Deus tenha te
colocado na minha por diversos motivos. E um deles, é aprender a dizer Adeus,
mesmo que doa.
Adeus a você, ex-amor.
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