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5 de outubro de 2012

Texto do leitor: Uma história de tempo.

"Me procure que eu sempre vou estar te esperando.” Era a ultima frase da carta que ele lia pela quarta vez. Ou era a quinta? Ele tinha pouco mais de três horas e não sabia o que fazer. Aquilo tinha sido escrito há 10 anos, talvez ela nem lembrasse mais.
Outra vez deitou na cama, colocou a mão sob o rosto e respirou fundo. Logo olhou para o relógio mais uma vez, seu coração acelerou. O tempo estava passando e ele parado. Isso não podia acontecer. Levantou-se e foi em direção ao guarda-roupa. Estava decidido.
Ficou pronto em 10 minutos. Não estava bem vestido para a ocasião, mas quem ligava para isso? Apanhou as chaves e passou correndo pelos corredores. O carro estava bem estacionado, foi rápido ao tira-lo.
Começou a dirigir pelas ruas se perguntando como seria aquilo. Como entraria? Com quem falaria? O que faria? Olhou para o trânsito congestionado e perguntou o que estava fazendo. Sua mente não encontrava lógica para aquilo, mas seu coração sim:
Ele não dormia direito há dez dias, desde que soube.
Ele largou o emprego e a namorada por causa dela.
Ele leu todas as cartas enviadas por ela.
Ele não parava de pensar nela.
Ele gastou em cerca de quinhentos reais só em bebida para aliviar a dor que sentia ao lembrar dela.
Ele tinha oitenta quilômetros e duas horas e meia. Acreditava que daria tempo.
Começou a ouvir músicas antigas e a fumar, para relaxar. Daí vieram as lembranças, e com elas vieram as lágrimas. Uma mão no volante e a outra na janela, segurando o cigarro, sempre olhando pra frente. O tempo mostrava que logo começaria a chover. Entrou na estrada fácil, agora mais rápido. Acelerou mais, e a cada curva as cartas caiam, e mais uma vez as apanhavam. Seu telefone tocava, era sua mãe. Tinha se esquecido que era domingo, dia de almoço em família. Achou melhor não atender.
Acabou chegando com trinta minutos de antecedência.
O casamento aconteceria na casa do noivo, o que dificultaria para entrar. Olhou pelo retrovisor, viu alguns amigos chegando. Pensou até em acompanha-los, mas ainda não sabia se estava pronto para entrar e fazê-la mudar de idéia. Não sabia se era isso mesmo que queria, ou apenas ficar no carro, vendo ela passar logo depois, casada. Colocou a cabeça entre o volante, jogou fora o cigarro, juntou as cartas e saiu do carro.
Começou a pensar em algo quando viu que só entrava com convite. Ele não tinha convites ali.
* - Convite, por favor. - disse o homem moreno e alto que estava no portão principal.
* - Senhor, eu o esqueci.
* - Só entra com convite. - disse o moreno alto, já atendendo outro alguém.
Olhou mais uma vez para ele e ao ver que o moreno era uns 10 centímetros mais alto que ele, achou melhor não insistir. Até que ele vê uma mulher alta, loira e magra. Ele a reconheceu. Era aquela amiga dela, que ele conversava. Ela lembraria dele?"

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Autora: Joanna Cavalcante.
@Joannafarias_ 

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